AO NASCER - ESTÁ O SUBCONSCIENTE JÁ PROGRAMADO?
Cada ser humano carrega em si um projeto de vida, uma idealização do que deseja para si. Esta forma de pensar pode ser chamada de 'ideal de vida'. Se ele pode ser concebido de forma consciente, na prática normalmente se converte numa utopia.
Se a origem das atitudes irracionais se encontra no automatismo do subconsciente
fica claro que, para conseguir dominá-las, deve-se reprogramar o robô que comanda o subconsciente.
O subconsciente pode ser programado e reprogramado.
Na chegada ao útero materno o ser humano já está programado pelos Princípios Naturais de Sobrevivência (do indivíduo, do ser único e da espécie), pelas Leis Universais (Harmonia, Vibração e Evolução), e pelas Programações Culturais Milenares (Civilização da Abundância e da Carência, Era Tecnológica e Era dos Músculos).
E nos nove meses que passa no útero materno, impulsionado pela Lei da Sobrevivência, o subconsciente funciona como um radar tentando detectar qualquer perigo que possa colocar a sobrevivência em perigo.
Os nove meses da gestação convertem-se no motor gerador das respostas automáticas ao longo da vida.
O processo de nascimento, e suas facilidades ou dificuldades também deixam sua marca.
A infância também condiciona algumas dessas respostas automáticas.
Os fatos ao longo da juventude e da fase adulta também deixam seu registro, embora em menor grau de intensidade, com menor força de programação.
De acordo com as vivencias, com a particular percepção de cada ser, as programações vão se manifestando.
Algumas doutrinas afirmam e demonstram que o consciente pode dominar o subconsciente. E para isso é necessário ter um absoluto controle mental propiciado pela meditação, respiração, relaxamento, repetição de mantras, pensamentos positivos e inúmeras outras técnicas. Na sua essência, afastam a percepção do perigo. Quando a mente sente que está num lugar acolhedor e sem perigo costuma delegar o comando para o consciente.
A respiração tira do estresse cada uma das células do corpo, a vida agitada ou preocupada provoca uma respiração curta e agitada que não prove a quantidade de oxigênio necessário. Respirar é um prazer!
A meditação permite afastar-se das mensagens rotineiras e sem sentido do corpo físico, que insiste numa urgência mortal.
O relaxamento permite sair do estado de alerta muscular permanente, os músculos transmitem assim uma mensagem de calma que dá muito conforto.
A repetição de mantras permite focar-se numa repetição que pode ou não ter sentido, que desvia o olhar das dificuldades.
Os pensamentos positivos transmitem uma realidade positiva que indica estar fora das dificuldades.
Todas as técnicas para assumir o controle mental passam uma informação de extrema qualidade: Prazer, conforto, bem-estar, paz, amor.
A escolha destas palavras se justifica pela alta significância que tem: "bem-estar". O corpo físico e a mente adoram perceber isto.
Os Hedonistas exageraram, mas não erraram por muito. O prazer é a coisa mais importante da vida. É o prazer que nos leva a antecipar as delicias do paraíso, é o sofrimento que nos joga no inferno. Pode-se dizer que se vive no céu ou no inferno já nesta terra. Embora a escolha do lugar onde se mora a cada instante possa parecer racional, é o subconsciente que realiza a escolha. Está demonstrado que se vive no automático: 90% do tempo da nossa vida quem comanda a função é o subconsciente. Os pensamentos são uma intensa e constante repetição de argumentos, ideias, reclamações, ponderações e estratégias. Sempre os mesmos pensamentos. E nenhum deles traz algum argumento diferente, inovador.
A vida é uma busca permanente pela felicidade, o sucesso, o bem-estar. Percebe-se que esse é o objetivo da vida: ser feliz, lograr objetivos. Faz parte da programação do ser único. Mas a realidade é muito diferente, as dificuldades aparecem a cada instante. Por que não se consegue viver no paraíso?
Iniciando a virada do jogo, colocando mais bem-estar na vida já é possível perceber a diferença. O treino para viver uma vida melhor é muito importante. Mas em qualquer momento que o radar do subconsciente perceba alguma informação do ambiente que sugira o perigo, a programação que está gravada no subconsciente vai prevalecer e varre com a determinação de vencer ou ser feliz.
Retorna-se à infelicidade ante qualquer dificuldade, a derrota está presente mais uma vez. Há um detalhe muito importante na aparente dificuldade: o subconsciente guarda uma informação de extremo valor, que nossa ciência ainda não consegue compreender plenamente. A vida se manifesta e se preserva por meio de seu acionar. Possivelmente nunca serão desvendados os mistérios do subconsciente e suas programações, mas o ser humano deve se curvar diante de seu poder, agradecer por sua presença protetora e agir para virar o jogo a seu favor.
Voltamos ao problema inicial: O que torna o ser humano livre realmente?
E o Ser Humano age de forma Consciente Plena (é totalmente homem, gente, Ser Humano), quando pode afirmar:
– SEI o que estou fazendo (percebe o que faz);
– QUERO fazer (faz uso da vontade);
– POSSO escolher e fazer isto, livremente (faz uso da vontade livre, do livre-arbítrio). (GRISA, 2002, p. 27).
A liberdade é poder fazer o que se quer livremente. Não se trata de libertinagem ou anarquia, mas sim da possibilidade de tornar realidade as escolhas conscientes. Para poder agir livremente deve-se tomar consciência de quais são as programações que estão no subconsciente, pois sempre o que está lá dentro, como programação, irá aflorar como realidade.