ALICERCES DA PERSONALIDADE

O Subconsciente foi programado antes mesmo da chegada ao útero materno, com importantes leis que estão impressas na mente universal: as Leis Naturais de Sobrevivência, que acabam tendo um impacto profundo na forma como o ser se comporta, já que alicerçam a personalidade.

Segundo Grisa (2000 p. 53-54):

O ser humano, como partícula do Universo e elemento da natureza viva, traz programadas em seu subconsciente as leis que governam o cosmos e a natureza. São programações naturais, universais e imutáveis. Naturais porque fazem parte da própria natureza do ser humano.

Universais porque são próprias de todos os seres humanos.

Imutáveis porque não é possível desprogramá-las, tampouco alterá-las. Cabe, pois, conhecê-las e respeitá-las.

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São leis impressas no Subconsciente de todos os seres vivos, cada um conforme sua espécie. Elas estruturam, alicerçam a personalidade e, conforme o contexto familiar reforçam ou deprimem determinadas características.

LEIS CÓSMICAS BÁSICAS

As Leis Cósmicas são as grandes leis que comandam o funcionamento do universo. São Leis Universais e Imutáveis que atuam de forma direta e permanente sobre todos os elementos constitutivos do universo, sobre toda a realidade cósmica. Essas Leis são tão perenes quanto o universo e a vida. São indiscutíveis e imutáveis.

Lei da Harmonia:

A harmonia cósmica foi percebida e cantada desde os mais remotos tempos. Os progressos nas ciências físicas e biológicas sublinham essa realidade.

Grisa (2007) “no micro e no macrocosmo existe uma harmonia de forças, de movimentos, de ritmos, de equilíbrio, de energias”.

Uma música, uma melodia é composta por notas musicais em perfeita harmonia, dando à música uma harmonia perfeita, que soa muito bem aos ouvidos de quem a escuta. Assim, harmonia é unidade na variedade. No átomo e nas galáxias está presente a harmonia do todo. O universo é um todo em harmoniosa evolução.

A exemplo da música, que é uma perfeita harmonia musical, também nós estamos habituados à perfeita harmonia do universo. Por natureza estamos acostumados à harmonia cósmica. Os incidentes negativos ou desarmônicos nos chamam a atenção. Também por isso todo ato negativo, todo ato de violência, “quebra” a perfeita harmonia cósmica e produz desconforto e insegurança. Por isso os defeitos das pessoas com quem se convive incomodam. No entanto, as qualidades das pessoas sempre são em número muito maior que os defeitos; ainda que alguns defeitos sejam extremamente perturbadores. Quando as pessoas estão longe, os defeitos não mais incomodam, não criam atrito e as qualidades se salientam. Assim a saudade bate à porta do coração.

A Lei da Harmonia está escrita no mais íntimo dos seres humanos, é uma programação indelével do nosso subconsciente. A Lei da Harmonia, no sentido mental ou psíquico se expressa assim: 'um por todos – todos por um'. Todo ser busca a perfeição, a felicidade e a realização pessoal, familiar e social. É feliz na proporção em que se sente integrado no todo (grupo familiar, profissional, cósmico). Todo objetivo programado precisa ter em vista o bem-estar pessoal (sua felicidade) e o de todas as pessoas envolvidas. Por isso, para conseguir a felicidade e a realização pessoal devemos estar sintonizados com a harmonia.

Todos almejam a meta de alcançar felicidade e buscar a realização pessoal. E a pessoa infeliz é egoísta? O egoísta é sempre infeliz. Porque o egoísta tende a viver sozinho, a afastar-se da harmonia do todo. Mas a expansão universal, a evolução cósmica do todo o arrasta ou o decompõe, destruindo-o. E esse processo de destruição é lento muitas vezes, mas inexorável. Criando atrito com a Lei da Harmonia se cria atrito com a essência.

A infelicidade, a tristeza, o isolamento, a dor, o sofrimento, tudo isso é um indicativo de estar no caminho errado, criando atrito com a Lei da Harmonia. Mais sofre quem tem raiva do que aquele que é alvo da raiva, mais sofre quem tem ódio ou inveja do que aquele que é alvo do ódio ou da inveja. O ódio, a raiva, a inveja, é atrito com a Lei da Harmonia, por isso a pessoa sofre, se machuca e se autodestrói.

Lei da Evolução:

O universo encontra-se em contínua marcha adiante. Todos os elementos integrantes do cosmo são regidos pelas leis, pois tudo tem origem num único princípio, um único criador. O universo está em expansão. Se o universo está em continua evolução, o ser humano, como partícula dele, está também inserido nesse processo, evoluindo a cada dia.

Por isso, o mais importante neste momento, é a compreensão de que está integrado a uma contínua evolução universal: existe para crescer, para evoluir, para progredir, para se aperfeiçoar. Não se pode parar. Ninguém pode parar! Esse é um processo natural de todo o universo e de todas as partículas que o compõem.

O ser humano busca a felicidade e a realização pessoal. Ele tem objetivos a alcançar no decorrer de sua vida. A busca da felicidade faz parte do processo de evolução. Todo processo supõe etapas: que vai vivenciando, crescendo e superando em busca da evolução. Quem para, morre, porque se opõe à Lei Cósmica da Evolução contínua, que é infinitamente mais forte que sua fragilidade de elemento cósmico.

Quem para, entra em crise. Crise é nada mais, nada menos, do que acomodação. Destacamos duas consequências desse processo de acomodação: trazer sérios problemas para a vida, pois entra em conflito com a Lei da Evolução, e, em segundo lugar, a crise pode provocar uma mudança. Somente neste caso é positiva, ‘sacudindo’ e despertando o sujeito. A crise traz em si um desafio, um apelo para prosseguir de forma diferente o processo, superando em busca da felicidade e da realização pessoal.

Existimos para crescer, evoluir e progredir. A felicidade somente existe enquanto existe a realização, pessoal e do grupo, ou seja, quando existe evolução, acha-se a felicidade. Não existe aposentadoria na vida, cada instante é para ser vivido intensamente.

Lei da Vibração:

A terceira grande Lei Cósmica gravada no mais profundo do ser humano é a Lei da Vibração. No universo tudo vibra. Uma criança quando ganha um presente fica feliz, vibra de felicidade! Se buscarmos a felicidade e a realização pessoal, devemos vibrar de acordo com a Lei da Vibração.

A física moderna nos diz que tudo no universo é energia. O estudo dos átomos, dos seus elementos, prótons, nêutrons e elétrons e, mais recentemente, das partículas subatômicas, levou os físicos nucleares à descoberta de que tudo em nosso universo é energia. Grisa (2007, p. 65):

Pode-se afirmar que energia é vibração. O ser humano é energia. A vida é energia e vibração. Por isso, vibração é “vai e vem”, “ir e vir”. Traduzindo para uma forma mais simples, na vida a Lei da Vibração consiste no dar e receber, no ser útil e ser valorizado e, ainda, dar e ser útil é ir, receber e ser valorizado é vir.

Na prática cotidiana a Lei da Vibração se expressa de uma forma clara e intensa, por meio da doação e do serviço que se realiza para uma pessoa ou comunidade, da utilidade que se tem na vida das outras pessoas e no fato de ser valorizado por elas, na troca de amor e de vida.

Aristóteles, o antigo filósofo, já afirmava: o homem é um ser racional e social, não pode viver isolado, não pode ser uma ilha. Notamos também a Lei da Vibração: não basta apenas amar-se e doar-se aos outros, pois essa Lei consiste no dar e receber. Dar e receber amor!

Para realmente expressar amor ao próximo, primeiro é preciso amar-se com suas qualidades e com os seus defeitos. Com isso, pratica-se a Lei da Vibração em busca da felicidade e da realização pessoal e social. Mas, pela mesma razão, podem surgir os conflitos e os atritos: quem só se doa não se sente valorizado, caminha para o esgotamento e para o estresse. Ninguém consegue viver sem ser valorizado. Quem se sente em pleno abandono, caminha para o isolamento e para a morte. Quem não se sente útil, passa a sentir-se um lixo ou matéria, em uma linguagem moderna, descartável.

Por isso, quando a pessoa não se sente útil, também não se sente satisfeita, mesmo que receba muito, como ocorre na superproteção. O superprotegido é sempre um insatisfeito, um infeliz. Infeliz por receber tudo de graça, sem esforço e, com isso, não cresce, não evolui e não vibra. Infeliz porque está em atrito com a Lei de Vibração e sofre.

Reconhecendo as habilidades próprias, capacidades e talentos, valorizando suas vitórias, seu sucesso, sua realização, percebe-se o ser como algo muito especial, único como filho de Deus e herdeiro da criação. Tudo isso faz com que se sinta mais e mais inserido na realidade cósmica, atuando como co-criador do universo e em harmonia com a Lei da Vibração.

PRINCÍPIOS NATURAIS DE SOBREVIVENCIA

Os Princípios Naturais de Sobrevivência estão impressos no subconsciente de todos os seres vivos: plantas, animais e seres humanos. São naturais e imutáveis.

Segundo Grisa (2007, p. 68):

Funcionalmente sempre será mais urgente resposta às leis de sobrevivência do que às leis cósmicas. Assim, perguntando a qualquer pessoa: o que é mais urgente, matar a fome ou ser feliz?, Matar a fome! Certamente será a resposta unânime.

Dai o aparente paradoxo entre o eterno desejo e busca de felicidade e a realidade prática, em que as pessoas se perdem em meandros mil e tortuosos caminhos que parecem afastar os seres humanos da trilha da felicidade.

Princípio da Sobrevivência do Indivíduo:

Está programado no subconsciente que o ser humano é um ser vivo, que todo ser vivo nasce para viver e, que para viver, precisa sobreviver. Essa é a lei que desencadeia as reações mais fortes em todos os seres vivos. Na prática, manifesta-se pelas necessidades do organismo: fome, sede, sono e proteção. Tudo aponta para a sobrevivência.

Essa programação também está presente em animais e plantas. Eles, assim como os seres humanos, os chamados racionais, são regidos por esta lei maravilhosa. O subconsciente existe também neles como essência maravilhosa que é, responsável pela vida no nosso planeta e em qualquer outro lugar onde possa ocorrer a existência de seres vivos. Sem essas leis no subconsciente, a vida não seria possível.

Essa percepção fundamenta todas as reações do subconsciente. O subconsciente busca constantemente garantir a sobrevivência. O que justifica que o ser humano seja egocêntrico, pois a necessidade de sobrevivência do indivíduo e do grupo está acima de qualquer 'justiça'.

A ameaça à sobrevivência, real ou imaginária, gera uma resposta automática do subconsciente na direção da proteção a vida: defesa, ataque ou agressão.

A insegurança em relação à sobrevivência desencadeia sofrimento, medo e sensação de perigo.

Perigo gera ameaça à sobrevivência, que desencadeia estratégias de proteção emocional:

  • Frio e distante - medo de ser rejeitado.

  • Esquecimento - não lembrar para não sofrer.

  • Atribuir culpa ao outro – autodefesa.

  • Mentiras - sobrevivência pelo poder.

  • Doenças - busca de atenção e afetividade.

  • Mágoas e raivas - autodefesa.

Perigo gera a fuga:

  • de uma sociedade para outra;

  • de um casamento para outro;

  • de um serviço para outro.

Perigo gera o enfrentamento:

  • com coragem;

  • com fortalecimento da segurança;

  • com crescimento e amadurecimento.

O enfrentamento gera:

  • Coragem.

  • Fortalecimento da segurança.

  • Crescimento/ amadurecimento.

  • Integração às Leis Cósmicas da Harmonia e da Evolução.

Princípio da Sobrevivência do Ser Único:

Não há no reino dos seres vivos um ser exatamente igual ao outro. Cada ser é único.

Essa Lei impulsiona o ser humano automaticamente ao desejo de ser uma pessoa especial, alguém diferente, nunca cópia de outro. Essa busca por ser diferente se expressa nos aspectos físicos, na vida interior, no modo de pensar, agir e reagir próprios, ou seja, na personalidade, e nos projetos e realizações de vida.

Grisa (2000) sugere que ninguém aceita ser igual aos outros. "Eu sou eu, você é você. Eu quero ser eu, vivo do meu jeito!".

O impulso natural é ser diferente do mais próximo em idade e/ou gênero. Na diferenciação, as grandes qualidades de uma pessoa são vistas como os defeitos do outro (eu sou diferente). Filhos não admitem serem cópias dos pais. Um irmão não suporta ser cópia do outro. Assim nasce o impulso para ser um grande artista, escritor, político, sábio, poeta, mestre, herói a emergir e se destacar como único. Alicerça, também, a defesa da família como ser único a ser preservado e honrado. Embasa o elogio e a validação: Você é único!

Em síntese, cada ser humano é um ser único e pelo impulso automático e irracional do subconsciente programado pelo Princípio da Sobrevivência do Ser Único, sentindo a necessidade de manifestar essa sua individualidade particular. Nessa necessidade de ser diferente, cada um o faz de forma brilhante ou mesquinha, segundo suas possibilidades e talentos conhecidos ou programados até o momento.

Interessante verificar as programações da infância nas quais se manifesta o exercício do ser único. Se a criança é superprotegida, ela percebe inibição da sua iniciativa e isso a deixa passiva, não conhecendo o prazer da vitória, tendo medo de tomar qualquer iniciativa e se frustrando pela vida.

Para Grisa (2000), o filho único, pela falta de convivência com outras crianças, tem um mundo particular limitado as suas próprias necessidades, tende a imitar o adulto e tem cortada a possibilidade de expandir seus talentos relacionados ao exercício de ser único.

O autor identifica também que o caçula é o menino mimado que chantageia com gritos, com uma clara tendência a ser único em casa e fazer ou não sucesso lá fora de acordo com a forma como a família o tratou.

E ainda, o projeto de gênio vai ser muito exigido pelo mundo exterior e interior e, após o primeiro insucesso, irá manifestar o medo do fracasso e uma tendência a imitar outros adultos, caindo numa vala comum e frustrando, assim, sua condição de ser único.

Em síntese, cada ser humano é um ser único e pelo impulso automático, irracional do subconsciente, programado pelo Princípio da Sobrevivência do Ser Único. Segundo Grisa (2000, p. 72),

“Sente a necessidade de manifestar essa sua individualidade particular. Todavia, cada um o faz de forma mais brilhante ou mesquinha, segundo suas possibilidades conhecidas e programadas até o momento”.

Princípio de Sobrevivência de Espécie:

Se manifesta de duas formas: na garantia da sobrevivência da espécie no espaço e na garantia da sobrevivência da espécie no tempo.

A garantia da sobrevivência da espécie no espaço se manifesta no reino dos animais e plantas da seguinte forma: muitos deles se reúnem em grupos para sobreviver, para serem mais fortes. Exemplos disso são os bananais, os pinheirais, os corais, os palmeirais e os animais em matilhas, manadas, cardumes e bandos.

O homem é um animal social, não sobrevive em solidão, ele já é dependente desde o nascimento e traz gravado em seu subconsciente a necessidade de ter alguém por perto. Grupo familiar, tribo, vila, cidade, região, estado, são exemplos históricos da necessidade do homem de se unir. Responder a esse princípio ajudou na sobrevivência e criou a cultura, que colaborou com informações grupais para elevar a sobrevivência da espécie.

A garantia de sobrevivência no tempo ocorre pelo relacionamento sexual dos seres vivos. As plantas se revestem de flores para o grande momento da procriação. Animais chamam a atenção por atitudes, cânticos e danças para atrair o sexo oposto apenas na época do cio.

O homem é o único animal que não precisa do cio para manifestar seu desejo sexual, sendo o único dentre todos que possui um longo tempo de dependência para amadurecimento. Esse desejo sexual permanente tem também como objetivo manter coesa a célula principal: a família.